Os heróis precisam de pessoas indefesas. Mostram os filmes de atores principais salvando coadjuvantes e figurantes. Imagine a cena. A mocinha tá lá, chega o Homem Aranha, o Batman, o Superman.
Quem livrar a coisinha fofa do mal será bem visto. Os dois restantes meros figurantes de luxo. Então os três heróis se espancam. A mocinha morre vendo a batalha pelo mérito de livrá-la.
Os primeiros anos de Alex Ferguson no comando do Manchester United foram de apuros. A vítima neste enredo, claro, foi a torcida. Era um sofrimento atrás do outro. Sem títulos, brigas contra o rebaixamento, derrotas para rivais. Old Trafford virara lugar de protesto. Embora houvesse reestruturação no clube, as vitórias pareciam distantes.
Na partida contra o Nottingham Forest pela FA CUP de 89/90, davam a demissão de Alex Ferguson inevitável no caso de derrota. A diretoria apoiava o manager. Mesmo Ferguson continuando, mais um título impossível, seria pancada forte na torcida já calejada.
Aquele jogo começou e aos 11 minutos do segundo tempo, Mark Robins, com 20 anos, faria o gol da vitória.
Manchester United seguiu na competição, ganhou a FA CUP e escapou do rebaixamento na Premier League. Alex Ferguson ainda duraria 24 anos no comando da equipe, tornando-se o maior campeão da história do clube.
A torcida salva daquela época de perigos constantes. Teríamos aqui um final. Porém, amigo meu, falamos de futebol. Sempre mais interminável que qualquer obra de Hollywood. A briga é a seguinte. Mark Robins diz ter salvado Alex Ferguson. Alex rebate. Diz que permaneceria mesmo perdendo.
Batman, Homem Aranha, Superman. Alex Ferguson, Mark Robins. A luta pelo heroísmo. Para mim tanto faz, importante é salvar a mocinha. E ao Manchester United, vermelho e imponente, sejam todos os salves. Amém.
Por Alan Lima
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