No início da última temporada, quando José Mourinho e Josep Guardiola foram empossados nas duas grandes equipes de Manchester, todos acreditavam em uma dominação primorosa por parte de ambas as equipes na Premier League. Curiosamente, isso não aconteceu, pois Antônio Conte e Maurício Pochettino desbancaram os dois técnicos mais badalados do mundo.
Nessas primeiras 5 rodadas da temporada 2017-2018, com o elenco do português já consistente e o do catalão bem reforçado, as duas equipes travam o embate que era esperado desde o ano passado. United e City empatam nas pontuações (13), nos saldos de gols (14), nos artilheiros (Lukaku e Aguero) e possuem os dois maiores “garçons” até então (Mkhitaryan com 5 assistências e David Silva com 4). Caso o cenário mantenha-se constante até maio, decerto essas serão as duas grandes campanhas da season.
>>Análises e atuações recentes
Se na última campanha os Red Devils encontraram dificuldades para finalizar partidas e, de forma preocupante, dependeram excessivamente de Zlatan Ibrahimovic, nessa apresentam um atributo valioso: sagacidade para “matar as partidas”.
Já são 3 goleadas, incluindo a magistral estreia diante do West ham, e 4 clean sheets. A dependência de Ibrahimovic deu lugar a um elenco ofensivamente forte, com todos os atacantes, de Lukaku a Lingard, havendo marcado até aqui. No setor intermediário, Nemanja Matic vem impressionando com suas brilhantes atuações e, inevitavelmente, ganhará uma coluna apenas sobre o seu desempenho. O sérvio já acumula 2 man of the match.
Do lado azul da cidade, os ânimos também se encontram elevados. Com 21 gols em 6 jogos (incluindo a goleada no Feynoord, pela Uefa Champions League), os citizens espantam o fantasma da irregularidade e, impressionantemente, demonstram vigor defensivo. Em maior valorização, atropelaram o Liverpool por 5×0 no Etihad Stadium e, fora de casa, não mediram forças para esmagar o (organizado) Watford. Poder de fogo e capacidade de decisão.
>>Conclusão
No primeiro título de Premier League do Manchester City, 2011-2012, o saldo de gols foi um fator decisivo. Em virada histórica na última rodada, com destaque para a famosa narração de Martin Tyler no gol de Aguero, os comandados de Mancini empataram em pontos com os de Fergie e, por haverem marcado 6 gols a mais, levantaram a taça mais cobiçada da terra da rainha.
Essa fatídica lembrança deve servir de aprendizado ao elenco de José Mourinho, por esperar-se que essa também seja uma temporada disputada à risca. Deve-se procurar marcar o maior número de gols possível. Obviamente, não desprezo os atuais campeões, os blues londrinos, ou o desafiante Tottenham de Pochettino, mas creio que a taça aos poucos se direcione ao noroeste inglês (e não falo de Merseyside).
A priori, o calendário da Premier League optou, cruelmente, por reservar o primeiro clássico para o boxing-day, em Old Trafford, dia 9 de dezembro. Porém, se considerarmos os cursos das rodadas e as projeções que as duas equipes exibem nesses primeiros meses, vê-se que o Derby de Manchester já começou. E que vença o lado vermelho, é claro.