Ei, você, torcedor do United, o que achou da saída de Ángel Di Maria para o P$G?
Bom, Di Maria chegou à Old Trafford no dia 26 de agosto de 2014, obviamente, coberto por boas expectativas. O United terminou em 7º a temporada 2013/14 com David Moyes e, nem nos sonhos do mais utópico torcedor red devil, era esperada uma contratação do tamanho que foi o argentino. Dividindo a responsabilidade de protagonismo com Cristiano Ronaldo no título da La Decima Champions League pelo Real Madrid e um dos principais nomes da seleção argentina na última Copa do Mundo no Brasil, quando chegou, Di Maria era visto, à priori, como: “Caramba! Nem pegamos vaga na Champions ano passado e conseguimos contratar o Di Maria?! Parece que somos grandes mesmo…”
Beleza. O argentino chegou, sapecou a sagrada camisa 7 depois de indicação de um dos últimos grandes nomes que a vestiram (Cristiano Ronaldo) e chegou como ”A” contratação da temporada. O United pagou incríveis £59,7 milhões, aproximadamente 226 milhões de reais e, todo animado, o argentino começou a falar. Vejamos:
“Estou absolutamente satisfeito por me juntar ao Manchester United. Desfrutei meu tempo na Espanha e havia um monte de clubes interessados em mim, mas o único clube que eu trocaria pelo Real Madrid seria o Manchester United”
“Van Gaal é um treinador fantástico, com um histórico comprovado de sucesso. Estou impressionado com a visão e a determinação de todos para manter o clube de volta ao topo, onde é o seu lugar. Agora eu simplesmente não posso esperar para começar a jogar”
Algumas ponderações: No primeiro trecho, percebe-se claramente o quanto era desejo do jogador se juntar ao clube, e o quanto ele fazia questão de deixar claro que o United era a única opção pela qual ele trocaria o Real Madrid. AHAM.
No segundo trecho, inclusive sublinhado, vemos uma contradição estupenda. Di Maria afirmou estar empolgado para ajudar o clube a voltar ao topo, e não especificou como isso poderia ser feito. Engraçado que, por desmérito dele e de mais ninguém, ele não jogou aquilo que se esperava, mas realmente estava ajudando o clube. Foram quatro gols e dez assistências na sua PRIMEIRA temporada em um novo e mais disputado estilo de futebol. Muito? Com certeza espera-se sempre mais. Pouco? Diante de todos os fatos, definitivamente não. Agora, pensemos: de uma forma ou de outra, ele estava ajudando o clube, objetivo esse que ele almejou em sua chegada; o problema para ele ter saído não foi esse.
Di Maria saiu por um único motivo que precisa ser afirmado, salientado e postado em sua testa argentina: SUA COVARDIA.
Di Maria, chega aqui. Escuta bem, meu caro. Aqui é Premier League. Não é campeonato espanhol que você dá show todo final de semana contra a defesa do Elche, Granada, Eibar, Córdoba. Aqui você tem que lutar pra ganhar os jogos, sabia? Sabia que jogar contra Newcastle, Sunderland e Aston Villa, últimos 15º, 16º e 17º colocados, também é difícil? Sabia que aqui quando você tenta dar driblinho alá show man vem o Huth com seus 10 metros de altura e te dá no meio da costela? Você parece que não entendeu isso, né? Não entendeu que a Premier League é uma competição duríssima, e que é preciso lutar, e muito, para conquistar os três pontos a cada rodada, seja lá qual for o adversário e seja lá dentro ou fora de casa.
Meu caro, você fez 10 assistências e 4 gols na última temporada, o que prova – o que nunca foi posto em questão – que você é talentosíssimo. De fato o é. Agora, depois de juras e mais juras de querer fazer história no United, depois de ter assumido a grande responsabilidade que é pegar a camisa 7, depois de iludir milhões de mancunianos ao redor do mundo, você simplesmente diz que quer sair? A liga inglesa não é mole, irmão. Quer ser titular? Joga pra isso.
Mas, vem cá, pode falar. Foi duro, né? Aposto que foi duro aceitar que o Young tava jogando mais bola que você na segunda metade da temporada. Deve ter sido complicado, né cara? Um cara que você, eu e até o próprio Young sabe, que tem menos futebol que você. Mas tava jogando mais. E olha só, titio van Gaal pôs você no banco. Ficou triste? Então que levantasse e se esforçasse mais. Porque talento você tem de sobra. Mas fazer chororô reclamando de banco de reservas é feio, hein?
Você não quis batalhar por sua posição de titular, não quis entender o que é a Premier League. No fundo, você não quis enfrentar dificuldades, adversidades. Só quis jogar, serena e tranquilamente. Sem pressão, disputas entre posições… Quis teu lugar garantido nos 11 titulares e não o teve porque não mereceu ter.
Então dorme com essa, meu amigo: VOCÊ SAIU PORQUE O YOUNG JOGOU MAIS QUE VOCÊ.
Agora boa sorte em ficar dando show numa liga francesa que vocês vão ganhar todo ano e mesmo assim não vai significar nada. Boa sorte em tentar a Champions League, mesmo sabendo que vocês dificilmente irão vencê-la por só terem testes “treino” no campeonato francês. Boa sorte em ficar dando showzinho por um time que tem um capitão que diz que o PSG é maior que o tricampeão europeu e vinte vezes campeão inglês. Boa sorte pra você, cara.
Você jogou fora a chance de se tornar um grande jogador por um clube enorme. E tudo isso só tem um motivo: Ángel Fabián Di Maria Hernández, tu, com todo teu talento, és apenas um covarde.
Por Breno Zonta
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