Logo após ser empossado, 6 de junho de 2016, José Mourinho anunciou 4 contratações de peso (Ibrahimovic, Pogba, Bailly e Mkhitaryan), além de afirmar publicamente que chegara ao clube para reafirmar a sua grandeza e conquistar títulos importantes novamente. Apesar de haver tropeçado contra duas grandes equipes e angustiado 4 estúpidos empates, o Special One aparenta estar encontrando o formato ideal dentro de campo e recuperando peças fundamentais. Qual a avaliação para o seu ofício?
Pontos positivos.
Eric Bailly, o jovem zagueiro marfinense vindo do Villareal, apresentou atuações dignas de um World Class, já sendo considerado um dos melhores defensores da Terra da Rainha. Antônio Valência, caso estivesse esquecido durante a Era Van Gaal, retomou a lateral direita e está isento de qualquer crítica.
Ander Herrera, oriundo do Athletic de Bilbao, é um dos volantes que mais desarma em toda a Premier League, fornecendo auxílio à defesa e possibilitando uma saída de bola tranquila. Henrikh Mkhitaryan, ainda sofrendo inúmeras lesões, surpreendeu a todos que já se decepcionavam com a sua chegada, exibindo uma potencial técnica e elevando o patamar da equipe, demonstrando o porquê de haver sido considerado o melhor jogador da última edição da Bundesliga.
Zlatan, um dos melhores avançados da última década, aprimora a sua capacidade de goleador à medida que os anos passam e disputa a artilharia com Diego Costa e Alexis Sanchez, estando envolvido em 13 gols nos últimos 13 jogos; particularmente, uma das melhores temporadas do sueco até aqui.
Finalmente, o jogador mais oneroso de todos os tempos, Paul Pogba, faz jus aos elogios máximos de Mourinho e coleciona assistências e atuações desequilibrantes, estando no Top5 dos melhores jogadores da Premier League nessa season (na lista do colunista que vos escreve) e merecendo créditos pelos êxitos recentes do time.
Pontos negativos.
Daley Blind e Luke Shaw, respectivamente, um dos melhores playmakers europeus e um dos símbolos da nova geração britânica, não tomaram a definitiva posse da lateral canhota e permitem dúvidas aos torcedores. Talvez seja o setor mais inseguro do campo, pois Mourinho não esboça confiança em Shaw e eventualmente põe o holandês como zagueiro. É preciso que esse problema seja resolvido rapidamente.
Chris Smalling, praticamente nulo até aqui, retorna à sua casual irregularidade e incerteza. Marcos Rojo, se já fora de decepcionar, atualmente é um dos mais cotados a formar uma dupla com Bailly. Phil Jones manteve-se firme durante o período em que o marfinense esteve contundido, mas é tecnicamente limitado.
O meio de campo, local de demasiada importância, ainda não é uma unanimidade entre os supporters. Herrera e Pogba são jogadores de elevado prestígio entre o grande público, mas ambos não apresentam as características completas de um volante de contenção. O desarmador mais adequado para tal função seria Morgan Schneiderlin, ex-Southampton. Porém, o francês está em uma lista hipotética de possíveis vendas, caindo aos poucos no ostracismo. Para piorar, o portugês aposta em Michael Carrick como primeiro volante, posicionamento um tanto controverso.
Considerações finais.
Caso o problema inicial fosse a ponta esquerda, Anthony Martial realizara uma inspiradora partida diante do Middlesborough e Marcus Rashford continua a agradar quando acionado; o infortúnio será resolvido ao longo do segundo semestre.
A defesa, ponto frágil dos últimos 3 anos, poderá ser reforçada com a contratação de Victor Lindelöf, jovem sueco do Benfica.
As atuações recentes foram solidamente seguras e ofensivamente empolgantes, entretanto, o time ainda arrisca muito a se estagnar em placares magros, arriscando frustrar empates.
A ascendência da equipe, iniciada desde a derrota diante do Fernebahçe, prestigia o ofício do Special One e reascende a esperança dos Red Devils. Ainda há muito a se aprimorar, porém, arrisco-me a cobiçar o G4 até o princípio de fevereiro!